sábado, 19 de fevereiro de 2011

Wireless poema

sinais wireless interferem minhas sinapses
emoções desconexas em meu coração; colisão
à velocidade banda larga.

desejos já desdesejados
um mega por segundo depois
quero tanto querer, quero mudar, mudo muito
em mute troco os canais de televisão
aleatórias, a direção e a atenção.

condicionado estou a não correr riscos
a vida se resume a fechar a janela do navegador
também a janela de casa
não termino projetos que começo, apenas "salvo"
com gramática de msn, deixo em suspenso
sem correta acentuaçao ou pontuação

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sinto sobre minha testa

Sinto sobre minha testa
A mão de algo além
A mão de um bom alguém
Toda vez em que rezo pelos meus...
Que eu oro pelos meus amores...
A maioria distantes, alguns por perto

Sobre minha pele resvala o brilho que tem tato
Às vezes até cheiro de perfume

Do abismo de minha consciência
Sei que meu espírito viverá eternamente
O agora, que é o infinito.

domingo, 22 de agosto de 2010

Ao som de pianos, suspiro

Ao som de pianos, suspiro
ar frio sufocante, ainda respiro
seja o Chopin por inteiro,
ou o poeta Zé Cabaleiro.
O peito pesado, aflito
n'alma enjaulado, um grito
seco, o ar engulo - defeito
coração bate, malhado, rasteiro.

domingo, 8 de novembro de 2009

A gente anda

A gente anda
Anda, cai
A gente levanta
A gente anda, anda

A gente pesa
Anda, cai
A gente seca
Tem a poeira
Tem sol, e a poeira

A gente anda, cansa
Tem que andar!
A gente anda, anda, anda...

O vento voa.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu choro pela beleza

Eu choro pela beleza
Eu choro pelos gestos de mãos, de afeto
Eu choro pelas pessoas que sinto saudade

Não choro pela tristeza
Não choro pelo ódio, nem pela raiva

Não choro quando não existe amor
Apenas espero, aquieto

Eu choro quando amo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tempestades são as vozes

Tempestades são as vozes
disfarçadas em pensamentos

Rabiscos... rascunhos...
tudo o que escrevo não termina,
e também não é eterno.

Assim como eu
que sou apenas projeto
ser humano que não vingará.

Perto demais deste caderno, deste teclado
desta você representada
pela frágil-minha poesia.

A única coisa que me curará
a alguns centímetros de distancia
é a visão de seu corpo de carne.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Dica Literária

"Livro das perguntas" - Pablo Neruda.

 Um dos livros de poesia mais simples e ao mesmo tempo mais bonito que já li. Aliás, acho que a genialidade preza pela simplicidade, que é capaz de atingir a todos os tipos de leitores. Tenho há alguns anos esta edição bilíngue de bolso, que tem a versão traduzida dos 74 poemas em português, e a original em espanhol.
(Editora: L&PM POCKET)

domingo, 11 de outubro de 2009

A fome perdida na sala de jantar

A fome perdida na sala de jantar
Discussões com vultos, pessoas como as de Van Gogh
Tipos que não se parecem comigo
Ausência total de sentimentos ou carinhos.

Onde estava eu quando resolvi parar aqui?
Onde estou eu?
É tudo uma realidade amarga
Pessoas com rosto de guerra.

Dizem os conselhos
As frases sábias
Que devemos pensar positivamente
Para atrair coisas boas.

Questiono-me porém, sentado à mesa com gosto de fel
Como posso ter bons pensamentos?
Como deixar de ser azedo?

Releio meus poetas da tristeza
Escrevo bobagens negativas
Guardo-as.

Voltarei a viver para ter fome?

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Raios solares inundam os meus olhos

Raios solares inundam os meus olhos
Sorriso solto escorre de minha boca
Não o controlo
Nem o desejo.

Apenas o aroma do café é tangível e parece real.

Peculiar estado em que permaneço... me perco
Permaneço
Torpe.

Ressaca de sanidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Não tenho idéia a desenvolver

Não tenho idéia a desenvolver
Resolvo escrever no escuro parcial
À luz da televisão

Li livros que são meus
Pois os comprei
Mas são mais meus
Pois os amei enquanto li
Quase compreendi.

E isso é tudo
O total é impossível.

Mitos e arquétipos
Temas invadem a minha mente
De Freud e seus sonhos
Até as lendas transmitidas oralmente

Estou farto por querer dormir

O remédio começa a fazer efeito

Mas o frio não pára
E revela meus defeitos...

Coriza, espirros, humano e terminável
Intolerável

Ante essas próprias palavras
Eu me rejeitaria

Deixaria para sempre
As metas e os objetivos
Pessoais, sentimentais e profissionais

Ah! Atiro tudo ao lixo
Pegando no controle remoto
Fico satisfeito em querer nada
Não desenvolver nada.